O Telefonema - Perfeita Simetria

“Eu podia me importar com você, mas aí que você nunca me deu motivo para tanto e acabamos desse jeito mesmo. Eu podia me preocupar com você, mas você simplesmente ignorou tudo o que eu fazia. A verdade, você e eu sabemos, eu merecia mais Diego. Merecia muito mais do que recebi. Eu não tinha percebido isso antes, mas agora, quando a distancia é a minha única companhia, eu entendo que seu amor nunca foi meu. E que o meu sorriso podia ser seu, mas você nunca estendeu a mão pra mim pra gente caminhar juntos. E a verdade é que eu nem sei direito o que nós estamos fazendo aqui se não há nada a ser feito no nosso caso Diego. Eu não posso mais alimentar minhas esperanças, não posso flutuar nas nuvens mais e não posso mais nada. Eu já não sei de mais nada. Nada de você, nem da gente. Se é que um dia existimos. E o que farei com a saudade? Ainda nem decidi. Não quero pensar nisso. Porque qualquer coisa que tem a ver com você dói muito, dói demais, dói tanto que eu só quero que você me leve pra casa e assim, essa tortura pode passar. Diego volta aqui e vem me explicar porque eu não sou nem metade sem você. Porque de repente, eu me sinto pó contigo e me sinto nada sem tua presença. Essas opções que eu tenho são devastadoras e eu não quero pensar nisso por muito tempo, eu só quero parar de me sentir um lixo. Só queria encontrar a Lua de antes que tinha a inocência, a pureza e a esperança nas pessoas. Mas você me roubou tudo Diego, roubou até o que eu tinha de melhor. Nós estamos em perigo constante quando ficamos perto um do outro, mas longe é perigoso para se caminhar sem você. Longe parece ser um lugar inalcançável e ficar longe de ti parece uma coisa de outro mundo. Eu me sinto tão solitária baby, as pessoas não entendem a nossa perfeita simetria e elas me chamam de louca por querer voltar para tua casa. Eu escrevo porque eu nem sei mais o que fazer com essa agonia aqui dentro. Eu escrevo porque vejo a minha salvação nas palavras tal como vejo o suicídio nas canções de amor. Escrevo versos sem rimas, poesia sem sentido, como se os meus fios tivessem rompido. E no fundo, eu e você sabemos que nossos fios já não mais existem. Diego eu preciso do seu toque para restabelecer-me. Vamos dar as mãos e juntar nossa existência, porque nós dois sabemos o que um aperto de mãos significa de verdade...
E então o telefone tocou, me resgatando para a realidade.

─ Oi ─ Era a sua voz mesmo.”

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